E foi assim que, no passado dia 5 de Abril, ao vivo, a cores e sem rede, descobrimos o poder encantatório das palavras de José Luís Peixoto. Fazendo-nos rir, sonhar e reflectir com o seu discurso torrencial – “se quiserem, digam só uma palavra, tipo… “detergente” e eu falo, falo, falo”- foi entrelaçando, com simplicidade e clareza, questões tão diversas como a “Ars Poetica” de Horácio, o seu primeiro beijo, as ambições e o desalento dos jovens, a morte, a efemeridade da fama, a crença na existência de palavras mágicas, quando era menino, palavras a inventar, “até que alguma tivesse um efeito”.
Com o à vontade de quem está habituado a estas andanças pelas escolas do nosso país e a generosidade de quem pretende desmistificar a figura do escritor, foi contando a sua juventude em Galveias, nessa vila alentejana onde diz tudo ter começado, sem deixar entrever o porvir. E como bom comunicador, que faz jus ao seu conceito de escritor, fez do seu o nosso espanto.
Quanto à simpatia revelada nesta tarde primaveril, fica bem patente nos trechos da gravação que seguidamente apresentamos.
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