No âmbito da comemoração do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares, realizou-se, no dia 28 de outubro, uma Estafeta de Leitura, para a qual foram escalonadas todas as turmas da ESMT.
O poema escolhido para o efeito, "Ívan o terrível no Alentejo", de Alexandre Maria Pinheiro Torres*, remete-nos para o tema do Plano Anual de Atividades do nosso Agrupamento: “O cinema na escola”. Nascido no século XIX, o cinema ainda hoje é considerado como a súmula de todas as artes em movimento, aquela que fez Chaplin dizer: “Não é a realidade que conta num filme, mas o que a imaginação pode fazer com ela.”
*Escritor, historiador de literatura, crítico literário português do movimento neorrealista, foi também professor do ensino secundário, até ao momento em que foi obrigado a exilar-se pelo regime salazarista.
Ívan o terrível no Alentejo
Foi exibido pela primeira vez nesta aldeia
não longe do Torrão onde nasceu Bernardim
Ivan o Terrível O ecrã era um lençol enorme
estendido como um olho branco entre dois sobreiros
Os camponeses fitaram esse olho inquieto cheio
de sombras de lírios durante horas sem fim
Ou era que a eternidade concentrara
por detrás do pano o magnetismo do mundo
Muito mais tarde os camponeses regressaram
através da charneca Com eles ia o olho branco
levando-os pela mão E ajudava as crianças
a atravessar esperanças apenas de riachos
Chegaram por fim às suas cabanas Tarde
E pela primeira vez os homens esperaram que as mulheres
se descalçassem e se lavassem da poeira
do caminho Depois beijaram-lhes os pés
Os pares de namorados foram ainda procurar
résteas de um seco rio Num pequenino charco
procuraram em vão rosto de Ivan Mas ele ardia
alto e ardia ainda num céu de pano branco
Foi exibido pela primeira vez nesta aldeia
não longe do Torrão onde nasceu Bernardim
Ivan o Terrível O ecrã era um lençol enorme
estendido como um olho branco entre dois sobreiros
Os camponeses fitaram esse olho inquieto cheio
de sombras de lírios durante horas sem fim
Ou era que a eternidade concentrara
por detrás do pano o magnetismo do mundo
Muito mais tarde os camponeses regressaram
através da charneca Com eles ia o olho branco
levando-os pela mão E ajudava as crianças
a atravessar esperanças apenas de riachos
Chegaram por fim às suas cabanas Tarde
E pela primeira vez os homens esperaram que as mulheres
se descalçassem e se lavassem da poeira
do caminho Depois beijaram-lhes os pés
Os pares de namorados foram ainda procurar
résteas de um seco rio Num pequenino charco
procuraram em vão rosto de Ivan Mas ele ardia
alto e ardia ainda num céu de pano branco
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