sexta-feira, 17 de abril de 2015

De olhos fechados se pensa

Naquele homem se reparava
que de olhos fechados se encontrava.
Teria morrido ou apenas adormecido?
Era a questão que surgia
vinda daquele povo sempre de vigia.
Era uma questão rotineira
colocada de qualquer maneira.
E só, talvez, quando os olhos arregalasse
e dissesse que estava apenas a refletir
é que esse tal povo se calasse.
 
Que mentes cheias de conceitos definidos!
Porque não haveria de estar o homem a pensar?
Tais conceitos sem sentidos...
Porque há de a visão o pensamento incomodar?
Ai visão cheia de romantismo
que aos outros sentidos rouba o protagonismo!
Ai visão matreira
que aos outros sentidos queima numa fogueira!
 
De olhos fechados
se sente o mundo tal como ele é.
Se ouve a natureza tal como ela é.
Ignorada a visão
só falta abrir o coração...
E aí aparecem fados
que à natureza foram roubados.
E aí se pensa
neste mundo do qual esperamos recompensa.
E tanta coisa se pensa...
Se Deus criou tantas coisas em que pensar
Porquê com os olhos as desprezar?!
 
Hugo Sousa, 8º A
 
Poema selecionado para a 7ª edição - 2015 do concurso "Faça lá um poema" - Ensino Básico



 
 

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