sexta-feira, 28 de junho de 2024

O desporto e as mulheres

O desporto e as mulheres: educando para a igualdade *

No âmbito da literacia da informação e da educação para a igualdade, as turmas dos cursos profissionais de desporto (10.º, 11.º e 12.º  PTD) debruçaram-se sobre a correlação entre o desporto e as mulheres. Os alunos analisaram jornais desportivos e refletiram sobre questões tais como:

  • Será que há mesmo desportos menos adequados para os rapazes praticarem e desportos menos adequados para as raparigas praticarem?
  • Qual a relação entre os desportos considerados, na sociedade, como “mais masculinos” ou “mais femininos” e a sua visibilidade/presença na comunicação social nacional?
  • O que está na origem destas relações?

Apresentamos, seguidamente, o resultado das suas observações, bem como a opinião de alguns alunos destas turmas: 


“Na minha ótica, o desporto feminino não devia ser tão desvalorizado e todas as modalidades deviam ser visíveis de igual forma para que todos os desportos sejam reconhecidos da mesma maneira.” (Leonardo, 10.º PTD) 

 “Em Portugal, a população só vê futebol e quando se fala em desporto é no futebol. O rugby é bastante desvalorizado, porque em Portugal o rugby é o melhor! É triste, no século XXI, num país livre, o facto de haver desigualdade de género. Mostram mais o homem no desporto e de certa forma esquecem-se das mulheres, porque as mulheres também podem fazer desporto. As mulheres no desporto são muito desvalorizadas. Não só no desporto, na vida toda. Acho que a mentalidade vem de cada um. Eu posso dar um exemplo: eu jogo rugby e quando o disse, perguntaram-me se não era um desporto de rapazes. Eu fiquei triste.  Se eu sou mulher e quero fazer, por exemplo, futebol, eu não vou deixar de fazer futebol, pelo facto de o futebol ser mais falado, por os homens o praticarem” (Raquel, 10.º PTD)

“Para as várias modalidades ganharem mais visibilidade, tanto no sexo masculino como no sexo feminino, a imprensa/os media tem de fazer uma primeira página com um conteúdo chamativo/apelativo para as pessoas de ambos os sexos e admiradores das diferentes modalidades. Mas, para tal, têm de ter motivos para o fazer e uma das maneiras (seria) os canais abertos como a SIC ou a TVI passarem jogos das diferentes modalidades, assim ganhando visibilidade e o media passariam a criar mais conteúdo sobre as várias modalidades dos diferentes géneros tanto masculino como feminino.” (Kevin, 10.º PTD) 

“Se em Portugal o que é mais consumido é o futebol masculino, os jornais vão falar mais disso porque, assim, há mais gente a comprar os jornais e ganham mais dinheiro. Se a imprensa focar o jornal em judo, este terá uma menor compra, porque pouca população tem este (desporto) como preferência. Em suma, a imprensa tem "medo" da mudança porque prefere falar de coisas com que ganha mais financiamento” (Francisco, 10.º PTD) 

 “Tendo em conta os jornais desportivos “A Bola”, o “Record” e ”O Jogo” podemos ver que existe uma grande diferença entre o sexo masculino e o feminino em termos de notícias. O futebol, sendo o “desporto rei”, obviamente que existem mais notícias acerca disso, mas se a imprensa desse mais notícias de outras modalidades, talvez a sociedade começasse a acompanhar mais. Sendo que atualmente, por exemplo, o futebol feminino tem vindo a crescer a passos largos, com muito mais gente a acompanhar.” (aluno do 11.º PTD)

 “Com este trabalho, consegui perceber que nos jornais, tanto online como (no formato) físico existem mais homens do que mulheres e mais futebol do que qualquer outra modalidade.” (Pedro, 11.º PTD) 

 “Analisámos três jornais: dois do "Record" e um de "A Bola".  Nos jornais temos várias modalidades, incluindo atletismo, futsal, ténis, basquetebol, MotoGP, Fórmula1, surf, ciclismo, automobilismo e a mais frequente e destacada é o futebol. Podemos também ver que no desporto e nestas modalidades, os homens têm muito mais destaque do que as mulheres.” (aluno do 12.º PTD)


A partir da aplicação das sugestões práticas contidas na publicação "Guia de educação Género e Cidadania, 3º ciclo do ensino básico", sob a coordenação de Teresa Pinto.





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