quarta-feira, 24 de abril de 2013

Exposição "A Cor de Abril" no 39º aniversário da Revolução dos Cravos


Com o 25 de Abril, "a explosão de liberdade proporcionou, também, uma extraordinária epopeia visual. A propaganda e a iconografia, a revolução no modo de comunicar, o combate político pelas paredes e pelas lapelas, cartazes, murais, autocolantes", elementos que marcaram, a cores, a nossa memória coletiva.
Na biblioteca, até 30 de abril.







E para contrariar o esquecimento...

Mário de Carvalho
 
Manifesto (2012)

Eu nunca fui obrigado a fazer a saudação fascista aos «meus superiores». Eu nunca andei fardado com um uniforme verde e amarelo de S de Salazar à cintura. Eu nunca marchei, em ordem unida, aos sábados, com outros miúdos, no meio de cânticos e brados militares. Eu nunca vi os colegas mais velhos serem levados para a «mílícia», para fazerem manejo de arma com a Mauser. Eu nunca fui arregimentado, dias e dias, para gigantescos festivais de ginástica no Estádio do Jamor. Eu nunca assisti ao histerismo generalizado em torno do «Senhor Presidente do Conselho», nem ao servilismo sabujo para com o «venerando Chefe do Estado». Eu nunca fui sujeito ao culto do «Chefe», «chefe de turma», «chefe de quina», «chefe dos contínuos», «chefe da esquadra», «chefe do Estado». Eu nunca fui obrigado a ouvir discursos sobre «Deus, Pátria e Família». Eu nunca ouvi gritar: «quem manda? Salazar, Salazar, Salazar». Eu nunca tive manuais escolares que ironizassem com «os pretos» e com «as raças inferiores». Eu nunca me apercebi do «dia da Raça». Eu nunca ouvi louvar a acção dos «Viriatos» na Guerra de Espanha. Eu nunca fui obrigado a ler textos escolares que convidassem à resignação, à pobreza e ao conformismo;Eu nunca fui pressionado para me converter ao catolicismo e me «baptizar». Eu nunca fui em grupos levar géneros a pobres, politicamente seleccionados, porque era mesmo assim. Eu nunca assisti à miséria fétida dos hospitais dos indigentes. Eu nunca vi os meus pais inquietados e em susto. Eu nunca tive que esconder livros e papéis em casa de vizinhos ou amigos. Eu nunca assisti à apreensão dos livros do meu pai. [...] 

Clique aqui para ler a continuação deste texto, no Centro de Documentação do 25 de Abril.


Livros proibidos nos anos da ditadura de 1933 a 1974.





Para obter mais informações:

Associação 25 de Abril
Centro de Documentação do 25 de Abril
Instituto Camões (Cronologia do 25/4)














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