quinta-feira, 30 de junho de 2011

Os Jograis da Nossa Escola







Título:  я помню  чудное мгновенье
Autor: Alexander Pushkin

Música: Prelúdio para piano, Opus 28: Nº 4
Compositor: Frédéric Chopin
Piano (a): Arthur Rubinstein
Piano (b):  Grigory Sokolov
Duração:1:56' (a) ; 2:20' (b)

Jogral: Corina Dumitrascu


Clica aqui (a)
e aqui para a versão em português (b)






Título: Antologia poética
Poema: Viagem
Autor: Miguel Torga

Música:  Sinfonia nº 5- Adagietto
Compositor: Gustav Mahler
Maestro: Leonard Bernstein
Duração: 1:19'

Jogral: Gonçalo Vale


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Título: Cem anos de solidão
Autor: Gabriel Garcia Marques


Música: Cantilena
Compositor: Osvaldo Lacerda  
Intérprete: Duo Barrenechea
Duração: 13:18'

Jogral: Wilma Ferreira


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Título: O nome da rosa
Autor: Umberto Eco

Música: canto gregoriano: Choir of the Abbey of Mount Angel
Maestro: Dom David Nicholson, OSB  
Duração: 11:59'

Jogral: Beatriz Fernandes




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Título: O coração das trevas
Autor: Joseph Conrad

Música: Secret Agent
Compositor: Philip Glass  
Duração: 13:14'

Jogral: Beatriz Fernandes




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Título: O cão dos Baskervilles
Autor: Sir Arthur Conan Doyle

Música: La Mer: Dialogue du Vent et de la Mer
Compositor: Claude Debussy
Maestro: Arturo Toscanini
Duração: 10:43'


Jogral: Frederico Mendonça


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Título: Berta, a Grande
Autor: Cuca Canals


Música: La Vita è Bella
Compositor: Nicola Piovani
Duração:15:24'


Jogral: Wilma Ferreira


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Título: Marley e eu
Autor: John Grogan

Música: Shiny Happy People
Compositor: R.E.M.
Duração: 7:56'



Jogral: Mª Inês Félix


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Título: O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde
Autor:  Robert Louis Stevenson


Música: Night On Bald Mountain
Compositor: Modest Mussorgsky
Duração: 5:56'

Jogral: André Moutinho


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Título: O Cão dos Baskervilles
Autor:  Arthur Conan Doyle

Música: Dialogue du Vent et de la Mer
Compositor: Claude Debussy
Maestro: Arturo Toscanini
Duração: 10:43'

Jogral: Frederico Mendonça




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Título: Berta, a Grande


Autor: Cuca Canals

Música: La Vita è Bella
Compositor: Nicola Piovani
Duração: 15:24'

Jogral: Wilma Ferreira



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Título: Marley e Eu

Autor: John Grogan

Música: Shiny Happy People
Compositor: R.E.M
Duração: 7:56'

Jogral: Mª Inês Félix



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Título: Não Olhes Agora

Autor: Daphne du Maurier

Música: Trois Gnossiennes
Compositor: Erik Satie
Duração: 10:55'

Jogral: Mª Beatriz Figueira



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Título: O Retrato de Dorian Gray 
Autor: Oscar Wilde

Música: Sadness Waltz
Compositor: Charlie Mole
Duração: 7:15'


Jogral: Bárbara Ferreira



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Título: A Bela Infanta 
Autor: Almeida Garrett

Música: A Bela Infanta
Álbum: Do Romance ao Galope Nordestino
Intérprete: Quinteto Armorial
Duração: 3:13'

Jograis: Wilma Ferreira, Hugo Sequeira Santos, Sofia Carvalho



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Título: Homenzinhos
Autor: Louisa May Alcott

Álbum: Little Women
Compositor: Thomas Newman
Duração: 4:53'


Jogral: Leila Marques



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Título: O Perfume
Autor: Patrick Suskind

Álbum: Perfume - The Story of a Murderer
Compositores: Tom Tykwer, Johnny Klimer e Reinhold Heil
Duração: 9:11'


Jogral: Yuri Assis



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Título: O Sorriso dos Afogados
Autor: José Luís Peixoto

Música: Pavane pour une Infante Défunte
Compositor: Maurice Ravel
Duração: 11:12'


Jogral: Laura Menezes



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Título: O Velho Que Lia Romances de Amor
Autor: Luís Sepúlveda


Música: cântico dos ameríndios Shuar do Equador; sons da selva
Duração: 14:17'


Jogral:  Ana Pereira



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Título: Artur e a Vingança de Maltazard
Autor: Luc Besson

Música: Arthur and the Minimoys Suite
Compositor: Eric Serra
Duração: 8:10'



Jogral: Wilma Ferreira


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Título: As Antigas e Novas Andanças do Demónio
Autor: Jorge de Sena

Música: Prélude à l'après-midi d'un faune
Compositor: Claude Debussy
Duração: 10:00'


Jogral: Nádia Estrela António



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Título: Ulisses
Autora: Maria Alberta Menéres

Música: The Ancient Greek Lyre
Duração: 4.23'



Jogral: Madi Jaquite



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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Concurso de Ortografia




Parabéns ao vencedor Sandro Ferreira, do 8º B!

sábado, 4 de junho de 2011

José Saramago

De como a personagem foi mestre e o autor seu aprendiz
 in "Discursos de Estocolmo" 



Autobiografia

Nasci numa família de camponeses sem terra, em Azinhaga, uma pequena povoação situada na província do Ribatejo, na margem direita do rio Almonda, a uns cem quilómetros a nordeste de Lisboa. Meus pais chamavam-se José de Sousa e Maria da Piedade. José de Sousa teria sido também o meu nome se o funcionário do Registo Civil, por sua própria iniciativa, não lhe tivesse acrescentado a alcunha por que a família de meu pai era conhecida na aldeia: Saramago. (Cabe esclarecer que saramago é uma planta herbácea espontânea, cujas folhas, naqueles tempos, em épocas de carência, serviam como alimento na cozinha dos pobres). Só aos sete anos, quando tive de apresentar na escola primária um documento de identificação, é que se veio a saber que o meu nome completo era José de Sousa Saramago...
(...)
Talvez por ter participado na Grande Guerra, em França, como soldado de artilharia, e conhecido outros ambientes, diferentes do viver da aldeia, meu pai decidiu, em 1924, deixar o trabalho do campo e trasladar-se com a família para Lisboa, onde começou a exercer a profissão de polícia de segurança pública, para a qual não se exigiam mais "habilitações literárias" (expressão comum então...) que ler, escrever e contar. (...). Embora as condições em que vivíamos tivessem melhorado um pouco com a mudança, nunca viríamos a conhecer verdadeiro desafogo económico. Já eu tinha 13 ou 14 anos quando passámos, enfim, a viver numa casa (pequeníssima) só para nós: até aí sempre tínhamos habitado em partes de casa, com outras famílias.
(...)
Entretanto, meus pais haviam chegado à conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a manter-me no liceu. A única alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino profissional, e assim se fez: durante cinco anos aprendi o ofício de serralheiro mecânico. O mais surpreendente era que o plano de estudos da escola, naquele tempo, embora obviamente orientado para formações profissionais técnicas, incluía, além do Francês, uma disciplina de Literatura. Como não tinha livros em casa (livros meus, comprados por mim, ainda que com dinheiro emprestado por um amigo, só os pude ter aos 19 anos), foram os livros escolares de Português, pelo seu carácter "antológico", que me abriram as portas para a fruição literária: ainda hoje posso recitar poesias aprendidas naquela época distante. Terminado o curso, trabalhei durante cerca de dois anos como serralheiro mecânico numa oficina de reparação de automóveis. Também por essas alturas tinha começado a frequentar, nos períodos nocturnos de funcionamento, uma biblioteca pública de Lisboa. E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.(...)

José Saramago

Continuação da autobiografia de Saramago no sítio da Fundação José Saramago.



A Maior Flor do Mundo





Sobre literatura, compromisso e transformação social

(...) Em que ficamos, então? Se as sociedades não se deixam transformar pela literatura, ainda que esta, numa ou noutra ocasiões, possa ter tido nas sociedades alguma superficial influência, se, pelo contrário, é a literatura a que se encontra permanentemente assediada por sociedades, como são estas de hoje, que não lhe exigem mais do que as fáceis variantes duma mesma anestesia do espírito que se chamam frivolidade e brutalidade – como poderemos nós, sem esquecer as lições do passado e as insuficiências de uma reflexão dicotómica que se limitaria a fazer-nos viajar entre a hipótese, nunca satisfatoriamente verificada, de uma literatura agente de transformações sociais, e a evidência de uma literatura, outra, esta, que parece não ser capaz de fazer mais do que recolher os destroços e enterrar as vítimas das batalhas sociais –, como poderemos nós, insisto, ainda que provocando a troça das futilidades mundanas e o escárnio do senhores do mundo, voltar a um debate sobre literatura e compromisso, sem parecer que estamos falando de restos fósseis?
Espero que no futuro próximo não venham a faltar respostas a esta pergunta e que cada uma delas, ou todas juntas, possam fazer-nos sair da dolorosa e resignada paralisia de pensamento e acção em que parecemos comprazer-nos. Por minha parte, limito-me a propor, sem mais rodeios, que regressemos rapidamente ao Autor, a essa concreta figura de homem ou de mulher que está por trás dos livros e sem a qual a literatura seria coisa nenhuma, não para que ele ou ela nos digam como foi que escreveram as suas grandes ou pequenas obras (o mais certo é não o saberem eles próprios), não para que nos eduquem e guiem com as suas lições (que muitas vezes são os primeiros a não seguir), mas simplesmente para que nos digam quem são, na sociedade que, eles e nós, somos, para que se mostrem todos os dias como cidadãos deste presente, mesmo que, como escritores, creiam estar trabalhando para o futuro. O problema não está em, supostamente, se terem extinguido as razões e causas de ordem social, ideológica ou política que, com resultados estéticos tão variáveis quanto as intenções, levaram ao que se chamou literatura de compromisso, no sentido moderno da expressão; o problema está, mais cruamente, em que o escritor, regra geral, deixou de comprometer-se, e em que muitas das teorizações em que hoje nos deixamos envolver não têm outra finalidade que constituir-se como escapatórias intelectuais, modos de ocultar, aos nossos próprios olhos, a má consciência e o mal-estar de um grupo de pessoas – os escritores – que, depois de se terem olhado a si mesmos, durante muito tempo, como luz divina e farol do mundo, acrescentam agora, à escuridão intrínseca do acto criador, as trevas da renúncia e da abdicação cívicas.
Depois de morto, o escritor será julgado segundo aquilo que fez. Reivindiquemos, enquanto ele estiver vivo, o direito a julgá-lo também por aquilo que é.

José Saramago
(Excerto do colóquio em Málaga, publicado na Revista Quimera)


                 
Romances:
Terra do pecado (romance), 1947; 2004
Manual de pintura e caligrafia (romance), 1976; 2006
Levantado do chão (romance), 1980 ; 2008
Memorial do convento (romance), 1982 ; 2009
O ano da morte de Ricardo Reis (romance), 1984 ; 2009
A jangada de pedra (romance), 1986 ; 2010
História do cerco de Lisboa (romance), 1989 ; 2006
O Evangelho segundo Jesus Cristo (romance), 1992 ; 2009
Ensaio sobre a cegueira (romance), 1995 ; 2009
Todos os nomes (romance), 1997 ; 2007
A caverna (romance), 2000 ; 2001
O homem duplicado (romance), 2002 ; 2003
Ensaio sobre a lucidez (romance), 2004
As intermitências da morte (romance), 2005 A viagem do elefante (romance), 2008;Caim (romance), 2009 

  • Apresentação do Prémio Nobel
  • Reacções à escolha deste autor

Discursos de Estocolmo proferidos na cerimónia da entrega do Prémio Nobel de Literatura, em 1998.
A Clarabóia - romance inédito (excerto)

Sítio web da Biblioteca Nacional dedicado ao escritor, onde se encontram, digitalizados, textos dactiloscritos com correcções do autor.



José Saramago
[Azinhaga/Golegã, 1922 - Lanzarote/ilhas Canárias/Espanha, 2010]