domingo, 30 de março de 2014

Frederico Mendonça - 3º Prémio do Concurso Nacional "Faça lá um poema!"


Temos o grato prazer de anunciar que Frederico Teodoro Paulo Burnay de Mendonça, da turma 12º E, foi vencedor do 3.º Prémio, na categoria do E. Secundário, da 6ª Edição do Concurso "Faça lá um poema!"  (2014), com o poema “Ainda bem que não estou apaixonado”.

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A cerimónia de entrega de prémios decorreu durante as celebrações do dia mundial da poesia, na sala Sophia de Mello Breyner Andresen, do Centro Cultural de Belém. O recital, que divulgou a verve poética dos jovens autores, foi intercalado com um espetáculo dirigido por Teresa Gentil com poemas musicados de autores portugueses como Fernando Pessoa, Natália Correia e Eugénio de Andrade, entre outros. Para grande deleite de uma plateia atenta, os poemas vencedores foram também pontuados por um acompanhamento musical.









Jorge Barreto Xavier
Secretário de Estado da Cultura
Fernando Pinto do Amaral
Comissário do PNL





Ainda bem que não estou apaixonado 


 Eu que penso e
Que tanta vida já vivi,
E que muito hei de viver,
Tenho o prazer de dizer,
Com muitíssimo agrado
Que não estou apaixonado.

Amar é chatice,
Amar é burrice.
Não consigo entender
Como se pode escrever
Com tão grande esplendor
Sobre esse drama que é o amor.

Tão tristemente
Vive essa gente
Que ama, ou diz amar,
Porque não dá para explicar
Essa boa sensação,
Que não é mais que ilusão.

E assim a resumi
Essa dor que já vivi,
Que dizem ser prazer.
Mas o que hei eu de fazer?
Se querem ser enganados,
Que vivam apaixonados.

Que grite desalmadamente
Como se hipoteticamente
Tivesse sido sempre mudo.
Não pense muito e diga tudo
O que lhe vai no coração,
Mesmo sendo uma ilusão.





Clique AQUI para ler os poemas dos vencedores do concurso Faça lá um poema!
Que vivam enganados,
E que quando separados
Nem que seja pela morte
Sintam como a dor é forte,
A dor do que queremos ser
Com tão pouco se perder.

Que vivam com piropos.
Que até estarem roucos,
Repitam testamentos
A falar desses momentos
Em que felizes se achavam,
Mas que disso não passavam.

Que gabem o humano calor,
Que eu cá tenho um cobertor.
Podem-se todos gabar,
Que eu continuo a achar
Que amar é ser louco
E de bom tem isso pouco.

Quando olho para aquelas
Felizes faces daquelas
Pessoas apaixonadas,
Vejo caras enganadas.
Perdoem-me a dureza
Mas eu cá só vejo tristeza.

Que vivam com as flores,
Colham também os dissabores!
Desengane-se quem pensa,
Se é que quem ama pensa,
Que o amor é o paraíso.
Ganhem mas é juízo.

Frederico Mendonça









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